sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Homônimo?


Alto mar, fim de tarde, o céu até então envolto num misto de laranja e róseo tingia-se de um azul escuro, no horizonte ainda podia se observar uma fina faixa laranja que anunciava a despedida do astro rei, colocou a vara de lado e pegou o remo, seguia para casa.
O negro véu noturno já recobria o céu quase em sua totalidade quando finalmente pode divisar sua casa, simples, pequena e confortável, como plano de fundo uma bela cadeia de montanhas, ao se aproximar ainda mais foi capaz de divisar duas pessoas a sua espera, sabia quem eram, esposa e filho.
- Pai – gritou o garoto correndo de braços abertos ao encontro do homem, este por sua vez mal tivera tempo de atracar seu pequeno barco e fora envolvido pela criança. 
Ainda preso ao terno abraço do filho era agora envolto também pelo carinho da esposa.
- Vem, você deve estar com fome - disse a mulher estendendo a mão ao marido.
Os encaracolados cabelos da bela morena balançavam ao sabor do vento, tornando ainda mais mágica aquela clássica cena de livro romântico.   
- A fome não é maior do que a saudade – disse ao passo em que tomava em sua a mão da esposa - Advinha o que eu trouxe? - disse voltando o olhar novamente para o garoto.
- Peixe? – arriscou com um sorriso.
- Acertou.
- Pai quando o senhor vai me levar para pescar?
- Logo filho, eu prometo.
- Vamos entrar, você deve estar cansado – disse a mulher
O homem então pegou o resultado de seu trabalho e seguiu para a casa junto à família.
Janta posta, estavam eles diante da mesa, a mão do garoto corria ao peixe, que estava frito e sobre um prato, este então fora reprimido pela mãe.
- Não meu filho – disse ela impedindo a mão do garoto - primeiro devemos agradecer ao Senhor e só então podemos comer.
- Desculpe mãe.
- Jeová você não quer começar?
Com certo espanto o homem até então calado começa.
- Bom Deus abençoe o nosso alimento.
- Que não falte o pão de cada dia – emendou o garoto.
- Nem a nós nem a ninguém – disse a mulher
- Amém – juntou os três fazendo o sinal da cruz.
Após a refeição deixaram o interior da casa, foram se sentar aos degraus da pequena elevação, em que a casa se encontrava.
- Pai, qual é nome daquela estrela?
- Esta é uma das Três Marias.
- E aquela outra?
- Se você deixar, ele irá te perguntar o nome de cada estrela que há no céu  – disse a mulher com um gostoso sorriso, esfregando os cabelos do garoto.
O homem sorriu.
Agora só, sentado diante dos degraus o pescador contemplava, perdido em pensamentos, a imensidão do  céu, foi com um brilho intenso, que uma das estrelas parada no firmamento desprendeu-se vindo ao seu encontro.
Sem espanto o homem observou a esfera de energia adquirir contorno humano, seu interior ainda era de pura energia, dotada de duas longas e douradas asas, então da boca daquele incrível ser saiu às seguintes palavras.
- Pai... – disse o anjo se curvando.
...

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