Por amor

Adentrava a imensa abóboda celeste repleta dos conhecimentos universais espalhados pelas paredes, inúmeros seres de luz cruzavam o amplo salão, Mebahiah, entretanto tinha um local especifico em mente voava ainda em forma esférica em poucos segundos cobriu uma distancia incomensurável para os humanos, estava agora diante de enorme porta, tão branca quanto às nuvens de verão, dourados batente adornava-lhe as laterais.

Dois enormes colossos faziam frente a porta, envergavam lustrosas armaduras ricamente adornadas do mais puro ouro e diamante, o anjo abandonou a forma esférica ganhando o tamanho da porta e dos guardas.

- O que deseja Mebahiah?

- Não devia estar na Terra? – emendou o outro.

- Sim irmãos deveria e estaria se minha protegida ainda estivesse viva – sua cabeça sem face ocultava o seu real sentimento naquele momento.

- Que triste irmão, mas a pergunta ainda persiste, o que deseja?

- Quero entrar para ter com o Miguel.

- Ele está Ele.

- Ainda melhor, licença eu vou entrar.

- Não – bradou um dos gigantes ao passo que cruzou uma enorme lança juntamente com seu parceiro de guarda.

- Sabes irmão, que quanto a perca nada se pode fazer.

- Não se intrometa Ariel, me deixe passar.

- Ou voce fará o que Mebahiah?

A face lisa do anjo impediu que seus irmãos observassem seus lábios movendo-se num tipo de mantra, tão rápido com um raio Mebahiah tinha agora o corpo revestido por uma armadura de diamante adornada do rico ouro celeste, com mesma velocidade este sacou um de sua cintura um cabo dourado, de uma espada ausente, um rubi de brilho solar descabeçava no centro.

- Não seja louco Mebahiah, quer mesmo declarar guerra a seus irmãos por uma mortal.

- Ela morreu por nossa culpa e o que pedirei para Ele não passa de sua obrigação – disse aos berros.

- Olha o que diz irmão, meça suas palavras, só de um dia ter gozado da vida já é uma experiência que merece louvor por parte deles.

- Ela morreu por nossa culpa, não fosse terem me chamada naquele dia,ela ainda estaria viva, o que pedirei é obrigação Dele, e voces não serem capazes de me impedir, ninguém será.

- Ter o seu sangue em mãos não é nossa vontade irmão, se acha mesmo que terá a sua vontade atendida entre.

Como em um piscar de olhos o ainda armadurado anjo estava agora diante do Pai e de seu mais ilustre irmão, Miguel.

Sem medo ou rodeios foi logo ao ponto.

- Pai eu lhe peço a traga de volta.

O ser em que tudo se assemelhava aos anjos e aos humanos e que em tudo fora criador e que de tudo sabia e que de tudo podia voltou-se para ele, era um ser fantástico, único, Mebahiah quase perdeu-se em seu sempre infinito olhar, Aquele Homem era Deus em todo o seu ser, via-se com clareza em cada ponto de sua ilustre presença a assinatura divina, a marca única que ele deixa em toda a sua criação.

Como se suas asas expandissem Mebahiah havia retornado do infinito poço que era os olhos Dele.

- Pai a traga de volta, eu imploro...

Mesmo o perfeito Miguel perdia-se em sombras diante do Senhor, sua presença só foi então notada, quando este agarrou-lhe a garganta.

- Como ousa invadir minha sala, como ousa falar assim com nosso Pai, como ousa exigir algo daquele a tudo lhe dá.

Mebahiah sem esforçar-se par libertasse, pois sabia que era impossível, continuou...

- Eu não quero tudo o que Ele pode me dar quero tão somente Camila, Pai eu imploro a traga de volta, sabes que sua morte não foi junta, sabes que foi tão somente nossa culpa.

- Insole... – dizia Miguel quando então teve o seu ser invadido pela poderosa, melodiosa e única voz do Senhor, que reverberou por todo aquele infinito local.

- Meu filho viste em meus olhos a sua resposta, sei de sua vontade e de sua força, apoiar-te-ei em sua decisão, então vá e faça o que diz seu coração.

 - Pai... – disse Mebahiah de joelhos – obrigado.

Sua face ausente ocultava a chama de esperança que luzia tanto nos olhos como no peito, então após uma longa reverencia ao Criador e uma breve ao irmão, Mebahiah transformou-se novamente em esfera ganhado a saída daquele lugar.

- Pai o que ele ira fazer?

O senhor limitou-se a dar de ombros.