quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Lágrimas do Céu - Parte III

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- Calma garoto, já enfrentei tempestades como esta e em lugares muito menos amistosos.
Jonathan que tinha as mãos tremulas incapaz de se necessário empunhar a arma que trazia travada atada ao peito por uma cinta apenas meneou a cabeça estimulando a confiança do piloto.
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O negrume imposto pelo céu eram tão somente cortado por duas coisas, pelos relâmpagos e pelo farol da nave, o primeiro era cada vez mais primoroso e imponente, iluminava quilômetros, dignos do próprio Zeus, enquanto o segundo não passava de um ponto sem estabilidade cruzando o céu, este não sabia mais estava marcado para ser  atingido pela fúria do outro.
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- Vamos descer Cleiton, vamos descer porra – dizia Jonathan que não mais conseguia enganar seu medo.
- Tá certo garoto, vamos descer, mais fique sabendo que estaremos fudidos por isto – disse o piloto que oculto pelo capacete deixava de revelar seus cabelos grisalhos e cortado a La exército.
Do interior das pesadas nuvens violáceas, com impressionante precisão uma grossa enguia elétrica deita sobre a cauda da aeronave, Jonathan que ainda tinha a sua frente a face do amigo soltou um mudo grito de horror, mediante a força do impacto assistiu o pescoço de Cleiton quebrar e pender, atado ao cinto de segurança e tomada pelo pavor pode simplesmente esperar a morte que seria rápida concerteza não indolor.
A mão responsável pelo controle do manche baixou O levando junto, lançando assim o helicóptero em um lupin, passava agora a girar descontrolado e de ponta cabeça, Jonathan já não mais ouvia tomado pelo medo e por calorosas orações e pensamentos na família, mas o painel da nave disparava e piscava de modo incessante acusando uma falha obvia.
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Temporariamente cegos e surdos pelo fenômeno os snipers foram incapazes de fugir da nave em queda.
As hélices que desciam como um liquidificador chocou-se contra o teto do galpão, como se estivesse com sede de destruição o teto não foi capaz de freia sua fúria que juntamente com o restante do helicóptero girava em espiral a procura de vitimas.
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Tinha como paisagem uma mancha verde com inúmeros pontos coloridos que tomava por inteiro seus globos oculares, seus ouvidos zunia de modo a lhe deixar louco, podia sentir o seu fim, estava impossibilitado até mesmo de tentar se proteger tateou o que achava ser o parapeito do teto, se jogou, com o forte impacto da queda pode sentir algo quebrar, as costas doía violentamente, tentou se levantar, não conseguiu, passou então a se rastejar para onde acreditava ser longe dali.
Mesmo cego, surdo e caminhando numa direção oposta Marcel foi capaz de vislumbrar a clarão e o barulho da explosão.
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Tinha agora os olhos praticamente colados ao vidro, observava impressionado a sincronia dos raios.
- Vamos ao terceiro passo – disse a mulher com jaleco branco que em seguida apertou mais um daqueles botões no painel digital.
Os raios que até então bailavam no ar daquele cômodo passava agora a invadir o cadavérico corpo preso a maca, olhou apreensivo para aqueles dois.
- Não se preocupe está indo tudo bem – disse Cintia tentando acalmar o soldado.
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