sábado, 8 de janeiro de 2011

Era engano... - Parte I



TRIM. TRIM.
- Já vai, já vai.
Pareciam ter adivinhado sua chegada, mal jogara a mochila no sofá e o telefone já estava tocando, devia ser um dos caras, eles sabiam que horas ele chegava do serviço.
- Alô?
- Eduardo?
- Sim, quem tá falando?
- O Lucas pô.
- Ah sim, e ae mano como vai?
- Beleza e voce?
- Levando, olha o mestre vai fazer um reunião hoje e quer todos presentes.
Mestre? Bom ele dever estar falando do Luis, mestre do grupo de RPG que participava. - Olha cara não sei se vai dar pra mim ir não tô cansadão.
- Se tá louco, quem não for, pode se considerar um homem morto entendeu?
Nossa quem vê pensa que o magrelo do Marcelo tem capacidade de matar alguém – pensou – Tá certo, vou sim, onde vai ser? Na casa dele?
- Claro que não, tá louco, desde quando ele reúne o bando na mansão?
Poxa o Lucas estava mais estranho que o comum, sempre se reunião na casa do Luis, e tá certo a casa era bem grandinha, mas para mansão faltava muito.
- Tá certo e onde vai ser então?
- Vai ser nas docas.
- Nas docas?
- Que foi tá com medo de ser atacado? – riu.
- Não, só acho estranho, que horas?
- As oito, doca numero 13.
Eduardo olhou o relógio, cinco da tarde – Tô dentro.
- Falou, até lá então.
Desligou. Ainda precisava comer algo e tomar um banho.
Trancou a porta e olhou o celular, seis e cinqüenta e três, precisava se apresar, o cais não ficava tão perto, correu a garagem e retirou o carro.
Um fino fio do astro rei despedia-se no horizonte, o céu recobria-se agora com negro véu noturno.
- Esses caras devem estar louco dia de semana, fim de tarde e ainda assim se reúnem para jogar, que pelo menos a sessão seja das boas – disse dando leves batidas no volante.
O veículo começou a engasgar logo na ultima curva que desembocaria na entrada do cais.
- Droga agora não, por favor, não... – olhou o painel do veiculo, gasolina zero – merda – completou ao passo que o carro deu o ultimo solavanco e parou.
Trancou o automóvel e seguiu o restante do caminho a pé.
Olhou o celular, sete e trinta e oito, apertou o passo, a aproximação com a água tornava o ambiente extremamente gélido, esfregou os braços, a bruma impossibilitava a visão de longo alcance.
- Porra que friagem zuada, devia ter trago um casaco.
Inicio uma corrida para esquentar-se, rezou para que houvesse ar condicionado nesta tal doca, era cada lugar estranho que os caras arranjavam às vezes para jogar.
“Cais do Porto” lia-se na placa de madeira instalada logo acima da entrada do local.
Tocou novamente na tela do aparelho.
...

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