sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Lágrimas do Céu - Parte I


Duas da manhã, pesadas nuvens violáceas revestiam o manto negro da noite anunciando uma tempestade, acabava de descer do carro, com auxilio foi levado a uma cadeira de rodas, o empurravam de encontro a um amplo salão protegido por uma comprida porta de aço que por sua vez era guardada por dois soldados, era um velho encurvado, excessivamente magro e com uns pouquíssimos fios de cabelos espalhados pelo cocuruto, trajava uma vestimenta de patente máxima do exército, colada aos ombros diversas estrelas e ao peito um numero demasiado de medalhas, olhou para cima, pelo que pode ver havia ao menos mais quatro soldados, mais acima sobrevoava um helicóptero militar, aparentemente estavam fazendo um bom trabalho, ainda perdido na observação pode ouvir a porta sendo aberta, voltaram a lhe empurrar, de inicio teve sua visão embaçada pelo excesso de iluminação que banhava o local, ao recobrar a visão pode perceber toda a magnitude do projeto encabeçado por ele, grande caçador de talentos do governo, tinha diante de seus olhos a sua merecida recompensa, um grande gerador e algo parecido com uma caixa de som do mesmo tamanho acoplado lateralmente a um pequeno cômodo anexo a outro, separados ao que podia ver do lado de fora apenas por cores, sendo este preto e o anexo a ele branco, em sua direção vinha uma mulher de cabelos castanhos e encaracolados, branca, lábios finos e olhos verdes, usava óculos grande e redondo, dava pro gasto.
- O senhor está pronto general?
- Já nasci pronto, vamos logo com isto.
- Está certo, venha comigo, por favor.
O soldado encarregado de empurrar a cadeira voltou a movimentá-la acompanhando a mulher, o general por sua vez observava atento as suas fracas curvas, faltava-lhe carne, esta era a verdade, mais tão logo estivesse novamente jovem e sadio mostraria toda sua virilidade a frágil doutora.
Possuído pela vergonha e pela nostalgia via a delicada doutora manter a porta aberta para sua passagem, odiava aquilo, no passado fora tão forte e resistente, “o melhor soldado que já existiu” lembrava das palavras de um presidente morto a muito, contudo hoje não passava de um escarro de seus áureos tempos, sem auxilio não conseguia nem ao menos abrir uma porta, não podia nem ao menos se locomover sem que estivesse com o rabo sentado ou em uma cadeira de rodas ou em um banco de carro.
Ao entrar no alvo cômodo notou que além de si, do soldado e da doutora havia ainda uma quarta pessoa, era um homem branco de cabelos castanhos e curtos, este se encontrava sentado e voltado para um moderno painel digital, tinha ainda ao seu lado um notebook, trazia preso a orelha um pequeno aparelho de comunicação, podia ver também o outro cômodo através de um vidro que tomava a parede quase em sua totalidade, juntamente com uma porta que dava vazão ao outro cômodo estes eram a divisória entre eles.
- Adriano este é o general Augusto Barbosa.
O homem apenas girou a cadeira, ficando assim diante do venho.
- Como vai general, tudo em cima? – disse com um sorriso e apertando a mão do velho.
- Este é o engenheiro responsável pelo desenvolvimento da câmara.
- Não seja modesta Cintia eu tão somente dei corpo a sua criação, o mérito é seu.
- Vamos logo com isto – disse o ancião ainda numa demonstração de imponência.
- O senhor é que manda – disse Adriano girando sua cadeira de volta ao painel.
Cintia abriu a porta que levava ao segundo quarto, este assim como todo aquele complexo era bem iluminado, suas laterais era composta de material metálico de alto poder reflexivo, a parede do fundo possuía auto falantes espalhados, no centro havia uma maca toda feita em acrílico, ela possuía quatro amarras.
- Temos que colocá-lo na maca – pediu Cintia se dirigindo ao centro.
...

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