domingo, 9 de janeiro de 2011

O comunicador - Parte II


...
Acordou. Levou a mão a cabeça, dor. Isto não importava, estendeu as mãos.
- Não, não pode, não pode estar acontecendo – disse ao notar somente os destroços do aparelho.
Correu com os olhos ao pulso, o aparelho que lá repousava também se encontrava quebrado.
- Estão todos perdidos, todos perdidos... – disse deprimido.
Em torno da cratera agora somado ao grupo de curiosos também havia as autoridades locais, que tentavam inutilmente controlar a situação.
- Afastem-se, não a nada para ver aqui – dizia um deles, claro que por puro costume, posto que nem ele acreditava nas palavras que de sua boca saia.
*
Tentava em vão acionar o botão que o libertaria do interior da nave, já não tinha mais certeza nada, preocupava-se com o alvoroço que havia de ter causa pela queda, conhecia os costumes daquele povo, eles em sua grande maioria não perdiam uma boa fofoca, como os mesmo diziam.
Sem noção do quanto estava correto em seus pensamentos, aproximavam-se agora de sua nave homens trajando pesadas roupas de proteção acompanhadas de diversos mecanismos de pesquisa.
Após um par de horas a nave foi devidamente acomodada e levada para um secreto centro de pesquisas.
Iniciava agora um minucioso e demorado trabalho de desencasulamento do ser que habitava o interior daquele estranho disco.
*
Enquanto isso...

- Perdemos completamente a comunicação com a nave senhor, o que faremos?
- Infelizmente não podemos fazer mais nada, ele era a ultima esperança daquele povo – disse o visivelmente abalado comandante – não há tempo de mandar um segundo piloto.
- Então...
- Sim...
*
O Sol já havia deitado no horizonte quando finalmente os cientistas lograram êxito na abertura do disco.
- Olhem – disse um deles ao notar o estranho tripulante.
Suas faces encheram-se de repulsa.
- Que coisa feia, é essa?
- Credo em cruz...
Até então de olhos fechados, pego pelo cansaço e pelas dores abriu os olhos.
- Tá vivo – gritaram em coro ganhando cada qual os extremos da sala.
- Vim em paz, tenham calma – dizia o viajante ao seu modo.
Foi só após notar o horror na face dos humanos que se lembrou:
- O comunicador – disse levantando o braço para vê-lo.
- Ele vai atacar atirem – gritou o comandante das forças especiais que até então observava a ao mesmo tempo intrigante e monótona pesquisa.
Alvejado por inúmeros disparos o piloto tombou morto de volta a nave.
*
Um frio tomou-lhe o corpo como um todo, lagrimas corriam por sua face, sentia que seu amado não mais estava entre os vivos.
O pai e comandante do piloto acabava de entrar no cômodo para notificar a mulher do filho sobre a perca, notou a falta de necessidade da mesma, apenas a abraçou.
Na central de comando alienígena um monitor ausente de algum responsável, mostrava o exato momento em que uma forte onda se desprendera do Sol de uma determinada galáxia para chocar-se contra um planeta, nome do planeta? Terra.

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