sábado, 1 de janeiro de 2011

Pode acreditar...


Abriu os olhos, não viu nada, tentou erguer os braços, nada, onde estava? Que tipo de brincadeira era aquela? Tentou rolar para os lados, nada, parecia estar em uma caixa feita a sua medida, meu Deus, estaria preso no objeto que agora ocupava a sua mente? Teria sido dado por morto enquanto dormia? Tentou vasculhar a mente em busca de indícios, nada, verdade seja dita não se lembrava de nada, o que teriam feito com seu cérebro? Teria sido atingido na cabeça quando fora capturado?
Ouvia vozes, elas vinham de toda a parte.
- Me ajudem, tô preso – gritou.
Seus gritos, no entanto era só mais um entre muitos, seria aquilo um necrotério então?Teria já sofrido autópsia? Precisava sair dali.
Tentou chorar, nada, de seus olhos não vertiam uma única lagrima, estava desesperado demais para raciocinar, o que havia acontecido?
TUM... TUM... TUM
O chão tremia como que pisado por desajeitados pés de gigantes, ficava cada vez mais confuso, que raios estava acontecendo? Se de fato estivesse sob a superfície da terra, enterrado como achava, estaria ferrado em breve, o terremoto poderia afundá-lo ainda mais sob a terra.
Juntou-se novamente ao coro dos desesperados, não tinha mais nenhuma idéia.
Ouvia agora o roncar de poderosos trovoes, devia estar chovendo, concentrou-se para ouvir o som da água, não... Não pode ser, não eram trovões, eram vozes, mas como...?
- Voce acha realmente que deveríamos ter feito isto?
- Mas é claro, não foi o que ela pediu?
- Sim, mas não sei se é boa idéia fazer tudo o que ela pedi.
- Silencio, ela tá vindo.
Os sinistros e poderosos brados silenciaram-se, enquanto estes falavam sentia que seus tímpanos explodiriam, definitivamente o que lhe aguardava fora do tumulo lhe parecia ser ainda pior que o confinamento.
Sentia novamente o terreno perder a estabilidade.
- Nãooo... – gritou enquanto parecia despencar, sentia-se de ponta cabeça.
Estrondo.Baque.
- Surpresa – bradaram os dois colossos.
- Vamos abra este primeiro.
Seu caixão novamente movimentava-se, podia estar errado, mas tinha a impressão de agora estar sendo erguido.
- Obrigada pai, mãe.
Os ouvidos zuniam dolorosamente, o terceiro ser que ganhara o perímetro tinha uma voz ainda pior do que os dois últimos.
Som de um telhado sendo removido pela força do vento, até então no mais completo breu cegou-se com a forte iluminação, para tanto são olhos não se fecharam.
- Era exatamente isto que eu queria – disse a menina eufórica que encontrava-se na sala de sua casa envolta por inúmeros presentes e seus pais.
- Agora minha Barbie tem um namorado.
Os pais sorriram.

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